'As pessoas se identificam com o Cristo morto na Cruz, se identificam também por causa dos seus sofrimentos, das suas dores', diz padre Hernaldo
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De acordo com o assessor da Pastoral Litúrgica da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Hernaldo Pinto Farias, o povo tem uma religiosidade muito marcada e, nesses dias da Semana Santa, são muitas as pessoas que procuram a Igreja.
"As pessoas se identificam com o Cristo morto na Cruz, com o Cristo sofredor, das lágrimas, com o Cristo que acolhe as mulheres que choram, que se identificam também por causa dos seus sofrimentos, das suas dores", explicou.
O padre destacou que essa identificação é importante porque leva a uma vivência da fé, a uma intimidade com o Cristo que, na Sua Cruz, acolhe os sofrimentos de todos os povos.
O sacerdote, porém, ressaltou a constante necessidade de formação para vivenciar bem estes dias, embora a Igreja já invista nesse processo formativo. “Quanto mais somos formados, sobretudo no campo litúrgico, melhor vivemos nossa fé. Nosso crescimento não é apenas de estatura, de idade, mas crescemos também no campo da fé”, enfatizou.
Nem todas as celebrações da Semana Santa são universais. Procissão do Encontro, na Quarta-feira Santa, Procissão do Fogaréu, conhecida também como Noite da Prisão, Procissão do Enterro ou do Senhor Morto e Malhação do Judas no Sábado de Aleluia são algumas ações que não são realizadas em todas as paróquias.
A explicação, segundo padre Hernaldo, é que estas não são celebrações prescritas pela Igreja para a Semana Santa, mas fazem parte do universo da religiosidade popular e acabam sendo mais intensas em alguns lugares e em outros não.
Essas tradições podem ser vistas como práticas da piedade popular, o que a Igreja não condena. De acordo com padre Hernaldo, a piedade popular tem o seu valor na experiência de fé do povo; são práticas que ajudam o povo a se colocar nessa intimidade com o Senhor. “É uma forma de eles manifestarem sua fé, à sua maneira, sim, mas o que temos que fazer que a Igreja sempre solicitou é que essas práticas não sejam fins em si mesmas, ou seja, que elas conduzam à verdadeira liturgia”, ressaltou padre Hernaldo.
Fonte: Canção Nova Notícias
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